Está pensando em começar a planejar sua viagem para Seul? Está com dúvidas quanto ao tempo necessário para ficar na cidade, o que ver e o que fazer? Fiz este post especialmente para lhe ajudar. Quando organizei a viagem também tive muitas dúvidas. Reuno as informações que juntei antes da viagem com dicas do que vivenciei por lá e compartilho com você para que consiga planejar sua viagem para Seul.
Por que Seul?
Seul tem mais de 2000 anos de história. Desses, 600 como a capital da Coréia. Em seu passado recente, há apenas 60 anos, vivenciou uma guerra que resultou na divisão do país em dois. Ao final dos 50 investiu-se pesado na educação para reerguer o país, então devastado e com altas taxas de analfabetismo.
A medida fez com que a Coréia do Sul experimentasse um boom econômico nas décadas seguintes. A cidade cresceu de forma desordenada e tomada de construções de concreto. Para reverter esta onda cinza de construções e melhorar a qualidade de vida de seus habitantes, foram adotadas diretrizes ecológica para transformar a cidade.
Parques foram construídos, ruas arborizadas e o Cheonggyecheon é o melhor exemplo de projeto de urbanização. Com o crescente apoio do governo amparando a indústria do design, a cidade estabeleceu tanto políticas urbanas como propôs novos padrões, ambos, orientados pelo design. Em 2010 a Unesco designou Seul como a capital do Design.
Observando seus 10 milhões de habitantes do topo de alguma das quatro montanhas que cercam a cidade, é inevitável pensar no quanto ela se modernizou com o passar dos anos. Contrastando à modernidade estão diversos fragmentos da história que podem ser observados ao passear pela cidade.
A capital sul-coreana é, certamente, uma joia a ser descoberta.
Continue lendo este artigo para saber mais sobre:
- Top 10 das experiências em Seul;
- Sugestões de itinerário;
- Em que região se hospedar;
- Como se deslocar pela capital;
- Day trips a partir de Seul;
- Informações importantes;
Não deixe de ler:
18 dicas valiosas para quem viaja à Coréia do Sul
Saiba como aprender coreano
Top 10 das experiências em Seul
Cheonggyecheon
É um importante córrego que passa pela região central da capital. Durante décadas permaneceu aterrado dando lugar a uma imensa via expressa. No começo dos anos 2000 a colossal obra de revitalização pôs a estrutura abaixo, o córrego voltara a fluir e a área transformou-se num parque à beira rio com 5.6 quilômetros de extensão.
Hoje, é um exemplo de sucesso e muitos eventos são realizados às suas margens incluindo o Festival da Lanterna em novembro. Ao redor do seu percurso há dois palácios imperiais, uma das principais avenidas da capital, um santuário, acesso para um dos maiores e mais antigos mercados da cidade e para o centro de design projetado pela arquiteta Zaha Hadid. Inclusive, para quem tiver interesse em conhecer mais sobre a história do riacho há um museu dedicado a ele.
Leia o post completo, veja mais fotos, conheça sua história e saiba como chegar:
O renascimento do Cheonggyecheon.
Vila hanok em Bukchon
Localizada entre dois palácios imperiais e o monte Bugak (Bugaksan) encontra-se a vila hanok em Bukchon. As tradicionais casas de um pavimento e jardim interno ainda servem de moradia para muitas pessoas. O bairro histórico mudou bastante com o passar dos anos.
Com a modernização da capital e os altos custos para se manter uma casa, muitos coreanos resolveram mudar-se para prédios próximo às comodidades da cidade grande. Porém, isso não colocou um prazo de validade para a histórica vila.
A preocupação em manter a cultura, um contra movimento e o potencial turístico notado fizeram com que a região se tornasse refúgio para artistas, casas de chá, cafés, restaurantes, galerias de arte e guesthouses. Hoje, a vila é um dos principais pontos turísticos da cidade.
Leia o post completo, veja mais fotos e saiba como chegar:
Um passeio por Bukchon Hanok Village e suas casas de chá
Palácios
São cinco os palácios reais da dinastia Joseon (1392-1897) em Seul: Gyeongbokgung, Chandoekgung, Deoksugung, Changgyeonggung e Gyeonghuigung. Todos serviram de moradia para a família real; cada um com sua história e elementos que os tornam únicos.
Dentre os cinco apenas Changdeokgung é reconhecido como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco. Tive a oportunidade de visitar dois dos cinco: Gyeongbokgung e Deoksugung.
Leia os posts completos, confira as fotos e saiba como chegar:
O Palácio de Gyeongbok (Gyeongbokgung)
O Palácio de Deoksu (Deoksugung)
Cozinha coreana
Uma das melhores maneiras de se vivenciar a cultura é experimentando sua culinária. Faça como os locais, coma nos mercados, nas barraquinhas de rua e em restaurantes de bairro com seus menu apenas em coreano. O Mercado de Gwangjang é um dos melhores e mais antigos mercados de Seul.
Durante o dia é conhecido por seus tecidos e roupas. Durante à noite o mercado se transforma com suas vielas tomadas por vendedores de comida.
Leia os posts completos, veja fotos, conheça algumas comidas coreanas e aprenda a chegar no Mercado de Gwangjang:
Mercado de Gwangjang
Comida de rua
Como fazer um pedido num restaurante coreano
Namsan e N Seoul Tower
Cercado por um parque e coroado com a Torre de Seul (N Seoul Tower) o Monte Nam (Namsan) é a mais central das montanhas que cercam a capital. Há vários acessos para o topo, sendo um deles feito seguindo o percurso da antiga muralha. No topo, a Torre de Seul proporciona uma vista arrebatadora da cidade e seus arredores.
Leia o post completo, veja fotos e saiba como chegar:
Monte Nam (Namsan) e a Torre de Seul
Noite seulita: Hongdae e Myeongdong
O entorno da Universidade de Arte de Hongik é chamado de Hongdae e há tempos reune jovens criativos. A região é repleta de cafés e bares temáticos, butiques, bandas independentes a performar nas ruas, casas de show e clubes noturnos. Igualmente badalado, contudo, mais turístico, Myeongdong abunda comércio, restaurantes e noraebangs (karaoke).
Leia o post completo, veja fotos e saiba como chegar em ambos os bairros:
Conheça dois bairros de entretenimento em Seul
Passeio de bicicleta às margens do rio Han
Embaixo das vias rápidas e pontes que escondem as margens do rio Han, há uma rede de ciclofaixas que se estende por quilômetros. Pedalar nesta região é fácil e uma das atividades mais relaxantes que você pode fazer num dia de sol.
Durante o percurso, diversos quiosques de aluguel de bicicleta estão disponíveis possibilitam aproveitar as ciclovias sem precisar trazer uma bicicleta. Um dos trechos mais procurados para se pedalar – dada a facilidade de acesso e conveniência – é a ilha de Yeouido.
Leia o post completo, veja fotos, saiba como chegar e como alugar uma bicicleta:
Um passeio de bicicleta por Yeouido
Dongdaemun
O novo e o antigo estão lado a lado nesta importante região comercial de Seul. A restauração do Grande Portão do Leste (Dongdaemun) em conjunto às partes remanescentes da antiga muralha que cercava a capital contrastam com a moderna arquitetura presente.
Em 2004 a área ganhou uma nova atração: o Dongdaemun Design Plaza (DDP). A estrutura fora projetada pela renomada arquiteta Zaha Hadid.
Leia o post completo, veja fotos do DDP e saiba como chegar:
Dongdaemun Design Plaza
Caminhando pela muralha
Você sabia que Seul já foi cercada por 18km de muralha? Esta, percorria as quatro montanhas que cercam a cidade. Até o início do século XX seu perímetro permaneceu ininterrupto. Com o passar dos anos e a modernização do país, partes da muralha deram lugar a estradas, prédios e outras estruturas.
Ainda assim, 12km foram preservados. Recentemente o trecho da muralha que passa pelo Monte Bugak (Bugaksan) foi aberto para o público. Com isto, o percurso existente da muralha pode ser inteiramente percorrido a pé. Foi um dos programas que mais gostei de fazer.
Leia o post completo, veja fotos, conheça os quatro segmentos da muralha e saiba como acessá-los:
Caminhando pela Muralha de Seul
Dança e música tradicional coreana
O National Gugak Center é um instituto voltado à preservação e perpetuação das artes tradicionais coreanas. Dentro de sua programação há concertos de música da corte, danças e músicas folclóricas, assim como a nova música tradicional coreana (uma orquestra de instrumentos tradicionais). É uma programação incrível!
Acesse o site oficial do Gugak Center, confira o calendário das performances e faça sua reserva.
Programe seu itinerário
Seja qual for o motivo da sua visita ou o tempo disponível para conhecer, a cidade Seul lhe surpreenderá. Sugiro que fique de cinco a 10 dias na cidade para conseguir aproveitar bem o tempo.
Quanto ao roteiro, farei a sugestão de maneira diferente. Ao invés de entregá-los prontos separarei em grupos para que você balanceie e monte a sua própria versão.
Palácios Imperiais
- Gyeongbokgung;
- Changdeokgung;
- Deoksugung;
- Changgyeonggung;
- Gyeonghuigung;
Compras
- Namdaemun;
- Myeongdong;
- Hongdae;
- Insadong;
- Dongdaemun;
Gastronomia
- Pojangmacha (comida de rua);
- Mercado Gwangjang;
- Mercado Noryangjin;
- Aula de culinária com direito a compra dos ingredientes no mercado;
- Banquete coreano;
- Casas de chá;
- Casas de doce coreano;
- Cafés;
Museus, arte e design
- Dongdaemun Design Plaza;
- Performance de alguma arte corena no Gugak Center;
- Namsangol Hanok Village;
- Museu Nacional do Folclore Coreano;
- Museu Nacional da Coréia;
- Museu Nacional da Arte Moderna e Contemporânea;
Day trips
- Zona Desmilitarizada da Coréia;
- Suwon;
- Incheon;
Vida noturna
- Hongdae;
- Gangnam e Apgujeong;
- Itaewon;
- Myeongdong;
Passeios
- Caminhada pelo Cheonggyecheon;
- Caminhada pela Gwanghwamun Plaza;
- Vila hanok em Bukchon;
- Monte Nam (Namsan) e Torre de Seul;
- Passeio pela muralha;
- Passeio de bicicleta às margens do rio Han;
- Spa coreano (jjimjilbang);
Em que região se hospedar
Seul oferece uma infinidade de locais e modalidades para se hospedar. De hotéis luxuosos a home stays há sempre uma opção para o seu bolso. Hotéis de família e de rede, hostels e Airbnb já são opções conhecidas, o destaque fica para as guesthouses em casas de arquitetura tradicional (hanoks). Outra opção interessante, que muitos desconsideram sem ao menos conhecer, é o love motel. Funcionam igual no Brasil, são destinados a pessoas buscando privacidade por algumas horas. Alguns aceitam pernoites e reservas. O divertido é que muitos têm decoração temática.
– E onde você ficou Alexandre? – você me pergunta.
– Fiquei em Seodaemun, na linha de metrô lilás super próximo à City Hall. Aluguei um apartamento pelo Airbnb.
Leia a descrição de cada bairro e localize-o no mapa abaixo.
Jongno-gu (Gwanghwanmun)
É a região mais central de Seul e próxima a maioria das atrações. É ideal para quem quiser se locomover a pé e de metrô. Em Bukchon é possível hospedar-se em guesthouses em hanoks. Por ser uma região bem central e próxima a atrações turísticas pode ser um pouco movimentado. Além disso, o preço tende a ser mais caro pela localização. O Cheonggyecheon delimita ao sul sua fronteira com Jung-gu.
Jung-gu (Myeongdong)
Igualmente bem localizada esta região confere acesso direto ao Monte Nam (Namsan) e a Myeongdeong. Para quem não gosta de movimento esta área pode ser bem agitada. Myeongdong é movimentada o dia inteiro.
Yeongsan-gu (Itaewon)
Ainda próxima à região central esta área fica entre oMonte Nam (Namsan) e o rio Han. É uma área bem famosa entre os expatriados e pela vida noturna.
Dongdaemun-gu
Dongdaemun é um dos principais centros de compra da cidade. Se você é um comprador de carteirinha esta região será seu oasis. Há lojas que ficam abertas até altas horas da madrugada. Contudo, fica a ressalva que é uma região mais afastada do centro.
Mapo-gu (Hongdae)
É definitivamente a região mais barata para quem está com o orçamento contado. É, pessoalmente, a área mais legal para se divertir durante a noite. Assim como Dongdaemun, fica mais afastada do centro. Você precisará passar mais tempo dentro do metrô. O lado bom é que a linha circular passa por lá, dando acesso rápido às demais linhas da rede.
Gangnam-gu e parte sul do rio Han (Yeouido)
Gangnam é conhecido pelos seus hotéis caros, noites ostensivas e lojas de marca. Ao lado, Apgujeong também oferece uma noite agitada. Juntas formam uma das áreas mais badaladas da noite seulita.
Norte de Seul
Parte da região fica próxima ao centro e da região dos teatros Daehangno. Entretanto, a região não é bem servida por linhas de metrô.
Como se deslocar pela capital
Seul conta com uma incrível, eficiente e barata malha metroviária. Não há motivos para não usá-la. Baixe o mapa da rede no seu celular – pegue um de papel para garantir – e saia para explorar a cidade. Para o mapa do metrô há um site super legal chamado 5678SMRT no qual é possível calcular rotas e verificar as baldeações, além de disponibilizar um mapa em pdf da rede.
Os ônibus em Seul são ótimos e fáceis de usar. Preste atenção às cores dos ônibus, pois cada uma indica um serviço: os azuis operam em alta velocidade e acessam as faixas exclusivas para ônibus, conectando os subúrbios ao centro da capital; os verdes por sua vez conectam estações de metrô e outras estações de ônibus fora do centro da cidade; os vermelhos são expressos entre Seul e as cidades que compões a área metropolitana; os amarelos são circulares que percorrem o centro da capital conectando às estações dos ônibus azuis, estações de metrô, pontos turísticos e áreas de comércio.
Saiba tudo sobre os ônibus em Seul e aprenda a calcular sua rota através do Daum Maps – leia o post lendo o post Transporte público – tudo sobre os ônibus em Seul. Antes, sugiro que você aprenda o básico de coreano para conseguir usar o mapa: Saiba como aprender coreano.
Ah, claro! Compre um T Money, carregue-o e use em toda a rede de transporte público, em lojas, restaurantes e alguns supermercados.
Day trips partindo de Seul
Estará em Seul por mais de uma semana? Provavelmente você terá vontade de quebrar a viagem fazendo alguma day trip. Deixo três sugestões para diversificar seu roteiro:
Que tal conhecer uma das fronteiras mais monitoradas do mundo?
A Zona Desmilitarizada da Coréia (ZDC) é uma faixa de segurança que protege o limite territorial de tréguas entre as ambas as repúblicas coreanas. Tem 4km de largura e 240km de comprimento. É estranho pensar que uma região tão tensa tenha se tornando uma atração turística tão procurada para quem visita o pais. A área de segurança conjunta é a grande atração, pois é o ponto mais próximo que se consegue visualizar a guarda norte-coreana.
A ZDC dista 55km para o norte de Seul e pode ser acessada através de um tour com a operadora Koridoor. O preço varia de USD 80 a USD 96.
Se for, lembre-se de fazer a reserva com duas semanas de antecedência, devido a alta procura, e não esqueça de contratar o tour USO com direito à visitação da Área de Segurança Conjunta (JSA – Joint Security Area).
Que tal uma praia?
As chances de você ter chegado à Coréia do Sul pelo Aeroporto Internacional de Incheon são grandes. Você sabia que foi no porto de lá que a Coréia se abriu ao mundo por volta de 1880? Na cidade há uma Chinatown e algumas praias nas diversas ilhas de Incheon. O destaque fica por conta de Muuido, uma charmosa vila de pescadores. É possível chegar de metrô partindo de Seul. O trajeto leva um pouco mais de 1 hora.
Que tal caminhar ao redor de uma muralha que é patrimônio da Unesco?
Em 1794, o então rei Jeongjo teve a ideia de mover a capital de Seul para Suwon. A muralha que cerca a cidade fora erguida, entretanto, o rei faleceu e o poder permaneceu em Seul. Além da incrível fortificação o Palácio de Haeng (Haenggung) foi inteiramente restaurado. Suwon fica próximo ao museu Korean Folk Village – há aproximadamente 260 casas das diversas regiões do país reconstruídas para serem visitadas.
Suwon está 48km ao sul de Seul, ou a 1 hora de metrô ou a 30 minutos de trem.
Informações úteis
Visto
Brasileiros viajando a turismo são isentos de visto durante 90 dias.
Moeda
A moeda é o won sul-coreano (KRW).
Fuso-horário
Seul está 12 horas a frente do horário de Brasília (GMT +9). Não há horário de verão por lá.
Quando ir?
Outono e primavera são as estações mais agradáveis para se visitar a cidade. O verão pode ser bem quente, com temperaturas batendo na casa dos 30ºC, e úmido sendo junho o mês mais chuvoso do ano. O inverno é bem frio e longo, com temperaturas caindo até -9ºC. Furacões não são desconhecidos no período que vai do meio do verão ao início da primavera.
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Referências e Notas Explicativas