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Kaju Kari: curry com castanhas de caju

Kaju Kari: curry com castanhas de caju

Gastronomia, Índia

Aprenda a fazer uma versão deliciosa de kaju kari, curry indiano a base de castanhas de caju e diversas especiarias. Perfeito para vegetarianos e fácil de adaptar para veganos.

Para os que gostam de comida indiana, nada melhor que um curry bem preparado e rico em sabores. Curry é uma comida reconfortante. Durante minha estada no país, aprendi em Rishikesh a fazer um kaju kari (curry com castanhas de caju) delicioso e compartilho essa receita com você:

Ingredientes

Kaju Kari

  • 250g de castanhas de caju sem sal;
  • 10 dentes de alho;
  • 2 cebolas médias;
  • 5cm de gengibre fresco ralado;
  • 5 tomates italianos ou 3 tomates grandes;
  • 2 colheres de sopa (30g) (de creme de leite ou nata (vegano: creme de leite de algum grão);
  • 2 colheres de sopa (30g) de manteiga ou ghee (manteiga clarificada) (vegano: óleo vegetal);
  • 1 colher de chá (5g) de cardamomo em pó;
  • 1 colher de chá (5g) de canela em pó;
  • 1 colher de chá (5g) de cúrcuma;
  • 1 colher de chá (5g) de pimenta em pó;
  • 1 colher de chá (5g) de cominho em pó;
  • 1 colher de chá (5g) de coentro em pó;
  • 1 colher de chá (5g) de pimenta do reino em pó;
  • 1/2 colher de chá (3g) de noz-moscada em pó;
  • 1 colher de chá (5g) de masala;
  • 1/2 colher de chá (3g) de feno-grego em pó*;
  • 1/2 colher de chá (3g) de folha de salsão*;
  • 2 colheres de chá (10g) de açúcar;
  • sal a gosto;

*Obs.: Caso não consiga encontrar feno-grego para usar na receita, use a folha de salsão bem picada. Use um ou outro, não os dois.

Chapati

  • 2 xícaras (500g) de farinha de trigo (glúten free: 160g farinha de farinha de grão de bico, 160g farinha de arroz, 160g de polvilho doce);
  • 3/4 de uma xícara (190ml) de água;
  • 1 colher de chá (5g) de sal;
  • 1 colher de sopa (15ml) de óleo;

Preparo

Kaju Kari

Em uma frigideira, coloque uma colher de sobremesa de manteiga e doure as castanhas de caju. Em fogo médio, mexa até que adquiram um bronze. Cuide para não deixar tempo demais e queimar a manteiga. Retire-as da frigideira e reserve.

Corte em pedaços grosseiros a cebola, o alho e o tomate; rale o gengibre.

Em outra panela, acrescente uma colher de sopa de manteiga e a cebola. Refogue-a até dar uma murchada, incorpore o alho, o gengibre ralado e continue a refogar por mais dois minutos.

Acrescente os tomates e uma colher de chá de açúcar. Cozinhe tudo em fogo baixo até quase todo o líquido evaporar e o açúcar começar a caramelizar.

Desligue o fogo e bata esta mistura no liquidificador.

Volte o líquido na panela e acrescente as especiarias: pimenta do reino, semente de coentro, cúrcuma, cominho, pimenta cayena, canela em pó, cardamomo em pó, noz-moscada e feno-grego. Misture bem, adicione um pouco de água e deixe cozinhar por dois minutos.

Adicione a nata ou creme de leite, misture e cozinhe por mais 1 minuto.

Acrescente a masala, misture e cozinhe por mais 1 minuto.

Inclua o sal e o ajuste de acordo com o seu paladar. Para esta receita, usei 1 colher de chá cheia.

Caso não tenha usado o feno-grego em pó, pique a folha do salsão em pedaços bem pequenos e reserve.

Desligue o fogo, agregue as folhas de salsão picadas e as castanhas de caju. Misture bem e o prato está pronto.

kaju kari

Chapati

Em uma vasilha incorpore a farinha de trigo, o sal, o óleo e a água. Se quiser fazer uma receita sem glúten, substitua a quantidade de farinha de trigo por 160g farinha de farinha de grão de bico, 160g farinha de arroz, 160g de polvilho doce.

Deixe um pouco de farinha por perto para ir adicionando caso a massa fique muito mole depois de incorporados os ingredientes. Isso acontece pois as farinhas diferem de acordo com a marca. O ponto ideal é quando a massa não fica mais grudenta na mão.

Sove a massa por 5 minutos. Esse processo produz o glúten, que mantém a massa elástica e fácil de manusear.

Após sovar, faça uma bolinha com a massa, passe um pouco de óleo em sua superfície, cubra com um pano e deixe-a descansar por 15 minutos.

Para trabalhar a massa, passe um pouco de farinha na mesa e divida a massa sempre ao meio; criando bolinhas. Cada uma dessas bolinhas será uma chapati.

Você pode abrir a massa com um rolo ou com as próprias mãos.

Depois de formados, coloque os discos de chapati em uma frigideira bem quente e vire de 15 em 15 segundos, até que pontinhos marrons apareçam indicando que a chapati está pronta. É provável que a chapati também crie ar dentro e estufe. Isso deixa-a ainda mais gostosa e macia.

O que é curry? De onde vem o nome?

Eis uma pergunta que quem gosta de curry já se fez. Hoje em dia chamamos tudo de curry. Há versões indianas, paquistanesas, tailandesas, birmanesas, japonesas, malaias, indonésias, filipinas; e de onde você imaginar. Mas afinal de onde vem esse nome?

Curry é um termo que engloba significados como: pratos indianos com molho picante e com especiarias; folhas da árvore sweet neem usadas em masalas no sul da Índia; curry em pó, uma mistura pronta contendo vários temperos para preparar curries; além de pratos de diversas culturas que o carregam em seus nomes.

Porém, a origem da palavra curry pode ser traçada com base no prato kari e na influência inglesa no sub-continente Indiano.

A primeira vez que o nome apareceu para designar o que conhecemos como curry, foi através dos navegadores ingleses ao passar pela costa sul da Índia. Kari em tamil é o nome de diversos pratos a base de molho picante e com especiarias.

O blend de especiarias usados para fazer o prato era chamado de kari podi ou curry powder, a versão anglicisada do termo em tamil.

As navegações levaram portugueses, ingleses e franceses às Índias e ao resto do mundo. Assim como trouxeram especiarias ao Velho mundo, levaram temperos e pimentas do Novo mundo à Ásia. E com isso, o kari também se transformou e incorporou pimentas do México e América do Sul.

E os curries mundo afora?

Cada lugar carrega um significado específico para curry. Usando como exemplo a Tailândia, a palavra curry em si é uma palavra compreendida por qualquer tailandês, contudo, usada como vocabulário para os estrangeiros. Afinal, por lá as pastas picantes compostas de temperos e especiarias, diferentes das indianas, são usadas em pratos chamados de kaeng. Curry foi a palavra escolhida para os estrangeiros entenderem.

Outro exemplo, o curry japonês ou kare fora introduzido no Japão durante a Era Meiji (1868-1912) pelos ingleses, e se tornou popular nos anos 60. E lá se transformou no que é hoje sendo, inclusive, considerado um prato nacional da gastronomia japonesa.

E por aí vai. Cada cantinho no mundo tem sua história e relação com o curry.

Onde comprar especiarias

Prefira sempre comprar as especiarias em grãos, sementes ou cascas. Evite comprar os pacotinhos em supermercados. Essa versão do supermercado muitas vezes contém conservantes e por já estar moída perdeu os óleos essenciais e sua real pungência.

Já as sementes, grãos e cascas preservam os aromas e frescor. Moa-os num moedor de grãos ou liquidificador em pouca quantidade; tenha sempre especiarias puras e frescas.

Em São Paulo há uma área da cidade chamada Zona Cerealista que é ótima para comprar temperos. Muitos restaurantes compram seus insumos lá. Os preços são excelentes e a negociação é direta com o fornecedor.

Para quem não mora em São Paulo, ainda assim é possível comprar através do site da Zona Cerealista.

Como fazer masala?

Masala é uma mistura de especiarias moídas para uso culinários. Pode ser incorporada a pratos doces e salgados, assim como em bebidas.

No post Masala chai: um gostinho da Índia na sua casa além do chai, ensino a fazer uma masala básica e coringa.

Salve e leia depois

kaju kari

About the author

Sou fotógrafo, moro em São Paulo e já estive em 16 países. O Viver a Viagem é meu projeto pessoal e vai além de dicas triviais; quero proporcionar uma imersão cultural e ajudar você a viajar com um olhar diferente.