Quer viajar para fora do Brasil mas está preocupado com o câmbio? O Viver a Viagem pensou no seu bolso e propõe algumas sugestões para onde viajar com o dólar alto.
Você sabia que dos 10 destinos favoritos do brasileiro[1] apenas o México tem o custo de vida inferior ao do Brasil?
- EUA
- Argentina
- França
- Portugal
- Uruguay
- Espanha
- Chile
- Itália
- Reino Unido
- México
Diante deste quadro é compreensível o desanimo geral com a alta do dólar.
Mas pense comigo… o mundo é tão grande, por que insistir nos mesmos destinos? Que tal buscar novos horizontes?;
A primeira pergunta a ser feita não é necessariamente para onde, mas sim: que lugares têm o custo de vida mais baixos que o do Brasil?
Como calcular o custo de vida?
Você conhece o NUMBEO? É um site essencial para qualquer viajante. Através dele, é possível calcular o custo de vida de quase todos os países. É um bom norte para se começar a avaliar os preços de um destino. Já o usei para orçar viagens e os custos são bem apurados.
O cálculo
Foram considerados alguns parâmetros[2] para se chegar ao custo diário de um viajante nos países avaliados.
Dessa soma, foi obtido um valor para cada destino e o mesmo fora confrontado com o valor do custo de vida em São Paulo. Da comparação foram extraídas informações interessantes e curiosas.
Dos 154 países avaliados além do Brasil:
- 70 países têm o custo de vida inferior ao do Brasil;
- 19 países (12%) têm o custo de 1% a 20% mais caro que por aqui;
- 66 países (43%) têm o custo de vida acima de 20% do custo praticado na maior cidade do Brasil;
Isso mesmo! É possível viajar para 45% deles gastando menos do que você gastaria em São Paulo. Mesmo com a desvalorização do real o mundo ainda está a nosso favor.
Há muito para conhecer!
Observe o mapa abaixo e repare como podemos desbravar grande parte da América Latina; Leste Europeu; norte, sul e o leste da África; parte do Oriente Médio; Ásia Central e do Sul; e Sudeste Asiático sem gastar muito.
Aposto que grande parte dessas informações lhe são novas.
Ah! E lembrando que muitas aeronaves estão decolando sem a capacidade máxima de passageiros; e consequentemente, as companhias aéreas fazem promoções de passagens. Aproveite-as!
Use a crise a seu favor.
Pare e reflita. Volte a olhar para o mapa.
Imagino que tenha se motivado.
Então, vamos viajar?
Roteiros para se inspirar
Abaixo, sete roteiros para você deixar sua imaginação fluir. São citados países com o custo de vida mais baixo ou até 20% mais caro que o de São Paulo. Ao final, a média de quão mais barato ou caro é se comparado ao custo de vida daqui.
- Expedição Andina;
- Os Bálcãs;
- Transiberiana e trans-mongoliana;
- Rota da Seda: da Turquia aos “stãos”;
- Sudeste Asiático;
- Na rota dos beduinos;
- Leste africano;
Expedição Andina
Pertinho do Brasil ergue-se uma das cadeias de montanhas mais incríveis do planeta: a Cordilheira dos Andes. Seu percurso costura um pequeno trecho da Venezuela à Colômbia, Equador, Perú, Bolívia, Chile e Argentina.
Caminhe por geleiras na Patagônia chilena; cruze os lagos andinos; depare-se com paisagens surreais no Atacama chileno e boliviano; passeie pelas vinículas chilenas; visite algumas das capitais culturais e gastronômicas da América do Sul, caminhe pelos seus centros históricos; desvende ruínas e caminhos de civilizações pré-colombianas; suba vulcões ativos; e deixe o tempo correr no caribe colombiano.
Bolívia, Perú, Equador e Colômbia (média): 24% mais baixo.
Chile: 14% mais alto.
Os Bálcãs
Bálcãs é o nome geográfico e histórico que corresponde ao sudeste europeu. É composto pela Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Kosovo, Macedônia, Albânia, Grécia, Bulgária e Romênia.
A região é riquíssima em história, sendo a Bulgária considerada um dos países mais antigos do continente. Experimente os vinhos croatas, búlgaros, romenos, e sérvios; percorra trilhas pelas montanhas da Croácia, Albânia e Romênia; nade em praias idílicas de azul ciano a cobalto na Croácia, Montenegro e Albânia; visite igrejas e mosteiros seculares na Macedônia e Romênia; caminhe por ruínas romanas e castelos medievais na Bulgária e Albânia; testemunhe a mistura interessantíssima das religiões; faça parte de um dos maiores e mais renomados festivais de verão na Europa na Sérvia e em Montenegro; visite cidades saxãs, austrohúngaras e otomanas nessa fronteira do mundo; esquie num dos destinos mais baratos da Europa; delicie-se com a maravilhosa culinária única.
Bósnia e Herzegovina, Sérvia Kosovo, Macedônia, Albânia, Bulgária e Romênia (média): 23% mais baixo.
Croácia e Montenegro (média): 14% mais alto.
Transiberiana e trans-mongoliana
Há um romance, um mistério ou algo transformador em percorrer a maior rota de trem do mundo. Concluída em 1916, ficou assim conhecida por ligar Moscow a Vladvostok, passando pela Sibéria. Seus 9289km e 58 paradas levam de seis a oito dias para serem percorridos.
Absorva a vida cultural em museus e teatros de renome mundial; aprecie os diversos tipos de arquiteturas pelo caminho; visite igrejas, mosteiros, fortalezas e cidades muradas nos três países; contemple a lenta e ritmada mudança do cenário com o decorrer do percurso; sinta como é a vida a bordo de um trem; explore os entornos do lagos Baikal (o mais antigo do mundo), na Rússia, e Khövsogöl, na Mongólia; durma num ger (tenda nômade) e ande a cavalo pelas estepes mongóis; percorra um trecho da muralha da China; participe do festival Naadam na Mongólia; recarregue suas energias numa banya, sauna russa; passeie pelo deserto de Gobi entre a China e Mongólia; conheça Pequim de bicicleta; faça caminhadas e contemple picos nevados e acompanhe a caça com águias nas montanhas Altai, na Mongólia; experimente a rica culinária dos três países; escute o canto gutural mongol e siberiano; entre tantas outras coisas.
Mongólia e China (média): 24% mais baixo.
Rússia: 2% mais alto.
Rota da Seda
Lembro até hoje do fascínio ao descobrir o que era e por onde passava a Rota da Seda. A rota era uma rede de trocas comerciais, culturais, tecnológicas e religiosas que conectava o Oriente ao Ocidente; ligando o leste da China ao Mediterrâneo. Percorra parte deste caminho carregado de história e paisagens deslumbrantes.
Barganhe nos bazares iranianos de Tabriz e Teerã, no Grande Bazar em Istambul e nos mercados de Bukhara e Samarkanda no Uzbequistão; conheça a cidade onde a Europa encontra a Ásia, caminhe pela Istambul otomana e pela veneziana; depare-se com paisagens de outro mundo na Capadócia, no noroeste iraniano e nas montanhas entre o Tajiquistão e o Afeganistão; experimente a riquíssima culinária da região, com azeitonas, tâmaras, açafrão, leite de iaque, e uma infinidade de outros ingredientes; navegue pelas águas azul turquesas da costa Lícia na Turquia, a bordo de um gület; descubra ruínas romanas, gregas, lícias e persas; percorra uma das rodovias mais altas e bonitas do mundo no Tajiquistão: a Pamir Highway; durma com os nômades num yurt no Quirguistão; e muito mais.
Turquia, Irã, Tajiquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Cazaquistão (média): 34% mais baixo.
Turcomenistão: 6% mais alto.
Sudeste Asiático
A região já é bem conhecida dos mochileiros. Acaba sendo o primeiro contato com a Ásia de muitos ou a primeira viagem fora do eixo EUA e Europa. Fato é que os países do Sudeste Asiático reúnem paisagens, culturas e sabores diversos que associados ao baixo preço tornam a região um dos destinos mais completos e surpreendentes.
Perca-se nas cidades cosmopolitas de Bangkok, Kuala Lumpur e Hanoi; desfrute da facilidade e do profissionalismo com o turismo; explore os mercados tradicionais e experimente a rica gastronomia da região; deixe o tempo passar à beira mar das praias mais bonitas do mundo; mergulhe nas águas cristalinas e cheias de arrecifes; surfe nas ilhas remotas da Indonésia, escale paredões de calcário e visite cavernas; caminhe por arrozais nas Filipinas e no Laos; testemunhe diferentes padrões de beleza ao visitar minorias étnicas; participe de festivais; observe a vida selvagem, encontre orango-tangos, elefantes e rinocerontes; medite com monges; percorra ruinas milenares de povos antigos; caminhe aos arredores de vulcões; e muito mais.
Indonésia, Malásia, Brunei, Filipinas, Tailândia, Camboja, Vietnã, Laos e Myanmar (média): 35% mais baixo.
Na rota dos beduinos
Beduínos com rostos cobertos, camelos alinhados e carregados de sal, cobre, frutas secas ou ouro deserto adentro. Oasis com palmeiras e tamareiras frondosas, souks, medinas, caravanserais, fortalezas e cidades muradas. Tenho certeza que o seu Indiana Jones interior já quis vivenciar isso.
Caminhe por desertos e paisagens de outro mundo tanto no Marrocos quanto na Tunísia e Argélia; visite ruínas fenícias e romanas também nos três países; relaxe nas praias do Mediterrâneo no litoral tunisiano; surfe nas praias da costa atlântica do Marrocos; suba o ponto mais alto do norte africano, o Monte Jbel Toubkal no Marrocos; esquie na Cordilheira do Atlas, Marrocos; visite medinas e perca-se em suas ruelas; conheça a riquíssima culinária do Magreb, com influências berber, moura, portuguesa, espanhola e francesa; e muito mais.
Atenção: A região enfrenta um período de instabilidade grande. Em março e em junho de 2015 a Tunísia sofreu dois ataques terroristas que impactaram diretamente no turismo do país. A Argélia, igualmente maravilhosa e diversa, também passa pela mesma dificuldade.
Por outro lado, o Marrocos pode tranquilamente ser visitado.
O Viver a Viagem torce para que esta instabilidade cesse e os países ganhem mais segurança.
Marrocos e Tunísia (média): 38% mais baixo.
Leste africano
A África é um continente maravilhoso. Contudo, não é o lugar mais fácil de se viajar por conta de sua infraestrutura e segurança. O leste africano reune muitas paisagens e povos vislumbrantes.
Explore safaris pela Etiópia, Quênia e Tanzânia; conheça as tribos do Vale do Omo na Etiópia e os Masai, no Quênia; visite paisagens de outro mundo como a floresta de pedra de Tsingy de Bemaraha em Madagascar, a depressão de Danakil na Etiópia e o Lago Natron no Quênia; caminhe por florestas tropicais; relaxe nas prais de Nosy Be e Ile aux Nattes no Madagascar, Pemba e Zanzibar no Quênia; visite igrejas ortodoxas de mais de 900 anos cravadas nas pedras e colinas na Etiópia; experimente a rica gastronomia desta região; e muito mais.
Etiópia, Quênia e Madagastar (média): 10% mais baixo.
Tanzânia: 6% mais alto.
Não deixe a alta do dólar estragar sua viagem. Reinvente-se.
Salve e leia depois
Referências e Notas Explicativas